QUEM VEM COMIGO

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

POESIA NEM SEMPRE É BIOGRAFIA

Meus poemas não sou eu, não me retratam, não me denunciam, não biografam... São poemas apenas que contam histórias recolhidas em filas, em ruas, praças, parques, na ventania das manhãs e tardes.
Minha poesia não me define, não conta o meu tempo, meus dias, não fala nada da alma, que essa - a minha, é calma como uma menina que ainda não aprendeu as armadilhas da vida, apesar da cronologia covarde não deter os aniversários.
Não esperem nada meu dentro dos poemas que escrevo, não me ato em fitas e me jogo ao relento, ao julgamento dos que seguem a mesma trilha, apenas passo registrando o que os pássaros me contam, os que as flores me segredam, o que as pessoas não mais me sonegam, e de maravilha em maravilha, vou correndo todas as coxias, arregalando o meu olho deslumbrado em perceber como esse mundo é vasto de histórias.
Não sou eu nos meus poemas, apenas o que a memória registra, grava na fita das emoções e traz tentando ajeitar, romancear, fazer bonitas as passagens antes feias. 
Leiam como ficção, e se lhes falar ao coração, não se sintam constrangidos em reconhecer situações.
A minha poesia cabe em qualquer um que respira, tenha a idade que tiver. Nem a crença que o habita, o status, a ousadia, o temperamento, pode afastar aquele que se habilita à poesia, do poema que lhe fez vestimenta! 
Fique a vontade, se vista, se queime, se ache...
Que eu, daqui, também me ardo, e alicerço, em versos. 
#SóAPoesiaSalva

[elza fraga, matutando... só matutando...]

2 comentários:

Um doce pelo seu pensamento