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domingo, 23 de julho de 2017

MEDO


Voei pensando que/ talvez do alto/ encontraria em alguma esquina/ um vulto/ bendita aparição/ seu perfil definido pela rua/ mas noite sem lua é só escuridão.
Tentei achando que seria fácil/  resgatei asas endurecidas/ vasculhei cada canto desta vida/ e perguntei a cada estrela esquecida/ onde se escondeu/ o que eu pensava meu.
Voltei de mãos vazias/ e olho de pranto/ nunca neste mundo/ o desencanto/ fez um vivente chorar tanto/ por perder o que nem tinha.
E no jogo que o destino nos prepara/ em tabuleiro/ eu não ganhei sequer uma partida/ perdi todas as fichas/ e em desatino/ acabei virando a mesa.
E aqui/ agora/ já no chão/ asas tão quebradas quanto o coração/ só pra você eu conto meu segredo/ quando digo que sou forte/ e sobrevivo/ na sua ausência/  é só mentira gerada pelo medo!

[elza fraga]