Minto porque te amo
e verdade dói como facada
na jugular.
Minto porque a realidade
é feia demais,
ninguém aguentaria
sem anestesia.
Minto não só porque
analgesia
e protege,
é porque teu coração
fraco,
rapaz,
não suportaria
minha história pregressa.
Minto porque a mentira
que possuo
é leve como a brisa calma,
e a verdade
ah, essa pesa e inquieta
até minha alma
que é feita
de couro curtido
do dragão
mascote de Átila,
e é sombria
como noite fria sem coberta.
E minto
até o fim
pra te proteger de mim.
[elza fraga]