Ao chegar pise leve
como brisa de primavera,
não queime como sol de verão,
nem gele como noites de inverno,
pra não machucar meu coração
que já anda aos tropeços
pelo inferno.
Seja manso, fale como quem canta,
ou cante uma canção antiga que eu ainda não conheço.
Que a voz seja como um acalanto
pra espantar segredo.
E se permanecer
se transforme em sombra,
e ande nas pegadas dos meus passos.
Não me abandone ao relento,
não fuja,
não me dê espaço pra voar
longe da segurança dos seus dedos.
E me embale como se criança fosse,
e me tire de vez os pesadelos.
Que nunca mais o medo
do escuro
venha povoar as madrugadas.
E se partir não me diga nada,
nem adeus na hora da saída,
saia como quem pega a estrada
sorrateiro.
Vire memória.
Vire lenda.
Vire saudade.
Vire o sonho que sonhei
inteiro.
E leve com você
apenas minha imagem
tatuada
na alma.
Ziza Rochedo
Tentando poetar pra chamar o sono, mas ele não atende mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Um doce pelo seu pensamento