QUEM VEM COMIGO

terça-feira, 8 de maio de 2012

INVISÍVEIS



Somos todos
nesta vida
ampulhetas
escorrendo areia
na veia.

Sem opção
de virada
depois
de toda a areia
escorrida.

E ficamos passado
nas lembranças amigas
morando em fotos antigas
em molduras desbotadas.

Até que um dia sumimos
de vez
das ampulhetas
que ainda não escorreram
seus grãos

Viramos terra e chão
sem foto, sem nome,

ninguém mais
se incomoda
com nossa presença incorpórea,

ninguém lembra
nossa história,

como se, no fundo,
nunca
tivéssemos estado
neste pedaço de mundo.

Quem sabe
nunca estivemos
e somos apenas fruto
d'um sonho

num sono profundo?

[elza fraga]

Um comentário:

  1. "ninguém lembra
    nossa história,

    como se, no fundo,
    nunca
    tivéssemos estado
    neste pedaço de mundo.

    Quem sabe
    nunca estivemos
    e somos apenas fruto
    d'um sonho

    num sono profundo?"

    Genial és tu, Poetíssima!!

    "Há que adormecer a morte frente ao Poeta, ou sonhar o sonho do mundo a alma incompleta..."

    Beijo querida Elza, chão de estrelas sempre no teu caminho...

    *Ps: Vim retribuir a visita, ando ausente até de meu próprio Blog... Mas lhe respondi por lá. ;-)

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