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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O TERCEIRO ATO




Belo não é a pele lisa,
sem vincos,
sem identidade.
Belo não é a imaturidade
do sorriso perfeito
abrindo a juventude.
Belo não é o sabor doce da boca não colhida,
as mãos nas formas sem defeito,
a imponência da inquietude
batendo no peito.
Belo é o sangue estuante nas veias
sinalizando a saída
nas curvas da vida,
é o peso dos anos curvando a fronte,
é a fonte que se bebeu
até a euforia.
Belo é a certeza de saber
que está vindo a alforria.
E, mesmo sendo noite
e lua cheia,
já se pode morrer
antes de amanhecer o dia
descer o pano,
vagarosamente
enquanto se levita pra coxia...

(elza fraga)

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