QUEM VEM COMIGO

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

FINITUDE



Muito tempo faz
que só durmo
quero novamente
o turno
das manhãs
de sol,
a delicadeza
do espreguiçar
sem medo,

o acordar
com a chave do caminho,

o barulho do passarinho
na janela,

aguar as minhas plantas,
cheirar a minha hera,
sorrir
pras flores que se abriram
durante a primavera,

desvendar
o segredo da madrugada...

Depois uma taça de vinho,
uma rede
pro corpo cansado,
seu abraço
apertado,
morrer

mais nada.

[elza fraga]

2 comentários:

  1. Eu estava com saudades de olhar para esses olhos...que vc guardou em algum outro lugar, né?

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  2. Estava em retiro de mim mesmo, rsrsrs.
    A poesia quase me abandona estava saindo tudo amargo, agora decidi, vou escrever mesmo com esse travo que me incomoda a boca, ardido, ácido, nada doce...
    A gente doer faz parte da vida, rsrs.

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Um doce pelo seu pensamento