Decidi
só vou ouvir
a voz
só vou ouvir
a voz
do próprio coração
e seguirei a risca
a intuição.
Ficarei surda
aos que mentem
bajulam
trapaceiam
se acham com a razão
puxam os nossos tapetes
e se riem
ao nos ver nariz no chão.
Ficarei muda
aos que se estendem
em maledicências
falando
na ausência
o que calam na presença.
Não mais seguidora do rebanho!
Sou a perdida que ficou atrás
do bando
cada vez mais longe
E nem me importo
se acham anormal
estranho
Sai da fila
dos seres humanos.
[elza fraga]
e seguirei a risca
a intuição.
Ficarei surda
aos que mentem
bajulam
trapaceiam
se acham com a razão
puxam os nossos tapetes
e se riem
ao nos ver nariz no chão.
Ficarei muda
aos que se estendem
em maledicências
falando
na ausência
o que calam na presença.
Não mais seguidora do rebanho!
Sou a perdida que ficou atrás
do bando
cada vez mais longe
E nem me importo
se acham anormal
estranho
Sai da fila
dos seres humanos.
[elza fraga]
...
Autopsicografia.
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa.