
(Vou passar um tempinho entrando menos na net, mas tentarei vir
sempre que puder, não estou me afastando 'ad eternun', estou rareando
as entradas por probleminhas cotidianos.
Mas deixo uma Elza, em ótica pessoal, pra quem se interessar em saber mais
um cadinho da contadora de causos.)
sempre que puder, não estou me afastando 'ad eternun', estou rareando
as entradas por probleminhas cotidianos.
Mas deixo uma Elza, em ótica pessoal, pra quem se interessar em saber mais
um cadinho da contadora de causos.)
Não sei porque mas a ficha caiu.
Cheguei a conclusão, hoje, que deveria me apresentar.
Algo assim como Elza Fraga por Elza Fraga.
Cansa saber que nada mais somos além de retalhos e
montagens alheias, feitas por quem nunca morou na nossa
alma inquieta.
[Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (Caetano Veloso)]
Se eu partir deste planetinha num repente, como é praxe nas partidas,
porque nunca chega o bilhete do além, a reserva da hospedagem,
o horário de embarque e da chegada, com tempo suficiente pra
se trocar a roupa, passar um lápis no olho, retocar perfume e baton;
não quero os detratores fazendo jogo de cena, ganhos políticos,
com choradeira e fungos em cima do meu cadáver.
Nem morta quero sair desta pra melhor cheia de vírus e bactérias fungadas.
Respeito é bom e eu gosto, até na eternidade.
E também não quero aquelas histórinhas inventadas, ou a visão particular
que cada um tem de mim.
Problema do dono de cada opinião.
Elas não me interessaram em vida, não as quero na morte.
Fique cada um com a sua, no silêncio
(que é o estado mais sábio da matéria) e boa sorte!
A visão pertence ao dono dela.
Nada de fazer folclore da minha vidinha,
tão comum e ao mesmo tempo tão turbulenta.
Porque se alguém foi meu amigo o suficiente pra se interessar por mim,
quis saber o que sinto ou como sou, perguntou com honestidade e
cartas na mesa, como eu gosto e sou.
Não ficou perguntando a gregos e troianos, não acreditou nas invencionices
oralmente fantasiosas.
Não juntou pedaços e informações de fontes obscuras, ou mal informadas.
Não deu crédito a disse me disse ou maledicência.
Apenas me encontrou, olhou no meu olho e capturou minha alma.
E estes com certeza foram poucos.
O que me leva a descrer da raça (gente) homem, ser pensante(?)
na maioria das vezes.
A sorte é que existe a exceção, como em toda boa regra,
ainda tem Gente, Homem, Ser Pensante, nas maiúsculas.
E toda vez que se escutar uma história a meu respeito, seja pro bem
ou pro mal. Elogiosa ou detratora. Feliz ou infeliz. Que se pare e pense:
Se eu, moradora da própria casca, muitas vezes desconheço quem
sou realmente. Tenho reações que me assustam pela imprevisibilidade.
Olho no espelho e muitas vezes enxergo uma estranha.
Como alguém, que mora do meu lado de fora, pode saber quem sou eu?
Tem coisas que não confesso nem a mim mesma.
Então eu as ignoro, certo?
Isso leva a conclusão de que sou uma ignorante deste ser que mora comigo.
Este único ser que consegue me acompanhar 24 horas do dia.
Em alguns momentos cheio de orgulho, pompa e circunstância,
em outros morrendo de tédio, em outros, ainda menos felizes, doido
pra se livrar da minha sombra.
Ser confuso, em ebulição constante, mudando a cada minuto, em
ladeira de descida, correndo maratona contra o tempo e nadando,
sempre, contra a corrente.
Quem então poderá saber quem sou, se nem eu sei?
E por isso, quando eu partir, não se preocupe com o pouco que fui,
não tente adivinhar nuances, matizes, sentimentos.
Saiba apenas que amei cada criança, bicho, planta que encontrei
na estrada,
e vivi por isso e disso!
E doei todos os sorrisos que tinha.
E contei histórias com o cerne.
E que cada olhar curioso de um serzinho em formação escutando atento
foi meu pagamento, minha moeda.
E assim que quero que falem de mim depois que eu me for:
A Elza era apenas mais uma poeira procurando rolar pra virar,
nem que fosse pequenininha, uma pedrinha.
Que de poeira a pedra já é uma evolução e tanto!
Eu