QUEM VEM COMIGO

terça-feira, 27 de agosto de 2013

SANGUE QUE ME CORRE VEIAS



Esse sangue 
limpo, decente,

- espanhol e português -

que correu
épocas passadas
em veias ascendentes,
entrou brasis

- atravessando ocidente -

navegando por bahía,
rastejando em minas,

divino
pelo espírito santo,

não priorizou bandeira
não limitou estado
nem fronteira,

esse sangue
ainda corre
em minhas veias

não me peçam
então
moderação
passividade
paralisia

aceitem minha ousadia
de voar mais
e além
do próprio chão,

não me prendam
algemas invisíveis,

não me tatuem
- tinta indelével -
a mão,

sou tão livre quanto
o grito do meu povo

- e decidi :
Não falho na missão -

arrebento
de novo,
e de novo,

quantas vezes
se fizer necessário

os seus pérfidos grilhões,

senhora escravidão.

[elza fraga]

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