Quem é esta
por trás
desta biológica bolha
em movimento
que me diferencia
do morto,
que força a
minha escolha
e reveste
o eu
suposto?
Quem anima,
pernas, tronco, membros,
e faz meu corpo bailar
este bailado vivo e torto?
Quem é a Voz
que desliza a lingua
e se faz som e barulho
vindo dum soturno mundo
interior
que tem mais prazer
em ficar quieto, mudo
e louco?
Quem é esta alma
aturdida
que não se conhece
e vive inventando histórias,
criando a vida
que nem merece
só pra não passar
despercebida,
escura sombra sem luz
perdida,
e que luta
apeando a cruz
na beira da estrada
só pra deixar seu nome
gravado num epitáfio
-jazigo perpétuo-
fugindo da cova rasa
a que fez jus?
[elza fraga]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Um doce pelo seu pensamento