QUEM VEM COMIGO

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A DERRADEIRA


Usei
uma a uma
todas as fantasias
mundanas,

e a cada troca
que fazia
me despia
de mim,

ficava mais nua
quase plana,

ganhava em leveza
perdia massa,

se bobeasse
flutuava.

Até esta derradeira
afinal,

esqueleto
final.

O fim do enredo,
do medo,
da trama,

nada mais ilude,
engana.

Agora é a hora
o acerto do
eu mais eu,

sem interferências,
incoerências,
insistências
do ser.

Morreu a inocência,
o não sei,

e concordo
e aceito
e assino
assassina:
Obra completa

me acabei!

[elza fraga]

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