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Se pudesse parir a dor
no escuro do meu quarto
abrindo o coração
em contração
dilatado como útero
prenhe
em final de parto
arreganharia a vida
nos dentes
a garganta
urraria insana
e mãos profanas
cortariam o cordão
da expulsão
abraçaria o resultado
e descartaria o feto
pra receber a bênção
do alívio eterno
(Elza Fraga)
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Um doce pelo seu pensamento