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(Tem dias em que o poema se sente tão estranhamente melancólico, que nem sai de casa, prefere ficar,
ensimesmado, morando no fundo do olho nu...)
Eu tive um poema nos olhos...
Espreitou-me a madrugada inteira.
Se delineou, se enfeitou, me envolveu...
As pressas se rompeu
-torto, não se escreveu!
Eu tive um poema nos olhos...
Absorto, calmo, contemplativo.
Me estreitou
-apertado
como abraço de amigo.
Deitou-se a cama comigo,
comigo adormeceu,
se esparramou, se perdeu,
mas teimoso
ainda assim não se escreveu!
Eu tive um poema nos olhos
que preferiu morar mudo
no fundo dos olhos secos
com pena do mundo!
(Elza Fraga)
Falei que estava devorando.. e a fome não passa!
ResponderExcluirMaravilhada!