Nos tornamos a soma do que engolimos, do que choramos escondidos no leito, do que aceitamos calados, do que permitimos, do que não falamos por receio, do que guardamos por medo do futuro, do que desperdiçamos por revolta com a vida que nos coube, do que pedimos em prece ou blasfemamos em gritos, do que ouvimos e acreditamos, do que duvidamos, do que espalhamos ao vento, das coisas bonitas ou feias que vemos, do lugar em que estacionamos, dos lugares que fugimos, das rosas que não colhemos, do tudo que matamos ou preservamos na caminhada árdua.
Nos tornamos a soma dos que deixamos entrar e sair das nossas vidas.
E é por isso que nos ardem tanto as feridas do final do nosso tempo e, como tocos de velas, nos gastamos em lágrimas enxugadas pelo amigo vento e seu bendito lenço.
elza fraga
Se sabendo mortal apenas neste plano, mas eterna no que somou pra travessia.
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