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sexta-feira, 25 de março de 2016

FUGA




Acordei com a poesia
atravessada na garganta
 - espinha de peixe
ferindo e sangrando -
magoando calada
e se fazendo de mouca,

achou que não era dia
de dar o ar da graça
e saiu porta a fora,
pulou o muro
feito louca
como se isso fosse
coisa que se faça
com poeta...

Quando voltar,
eu juro,
nem vai encontrar mais
porta aberta!

[elza fraga]

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