Ontem eu vi
chuva e frio,
gente sob o céu
tendo como teto
nuvens derramando
em abundância
os humores de Deus.
Vi cães deitados
na lama
já sem forças pra fugir
da tempestade,
do homem,
da sina
de não ter mão pro afago,
do fardo
de existir.
Vi bêbados na esquina
tentando aquecer
a alma
que o corpo
nada mais aquece,
e vi também
os que atravessam ruas
debaixo dos chapéus
da indiferença
encasacados
coitados!
[elza fraga]
Impressionante! Lindo, Elza... Estou feliz por conhecer sua poesia.
ResponderExcluirGratidão, querido. Espero que volte quando quiser, a casa é sua.
ExcluirMuita paz.