Paira uma perpétua noite
debaixo de céu encoberto,
nem um raio de luar
vence o negrume
pra iluminar
a alma dos despertos,
bichos alertas
vagam seus desertos...
Ao longe uiva
um cão desesperado
perdido da matilha
girando louco
na roda da trilha
dos desamados...
Nem a luz
d'um simples vaga-lume
alumia essa noite inquieta
onde os homens
e seus pesadelos
rolam cobertas...
Se amanhecer
nada será o mesmo,
se amanhecer
só sobrará o medo
pra acalentar
os dias de degredo,
sem uma única
casa de porteira
e
janela aberta.
[elza fraga]
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Um doce pelo seu pensamento