QUEM VEM COMIGO

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

RETORNANTE



Arriei a bagagem 
[pesava na alma]
no quente da rua

e,
sem eira nem beira,
sem mala nem cuia,

retornei
quase nua,
olvidei que parti.

Pronto, poesia,

mesmo que você
me receba vazia,
e me puna
com o corte
da asa

eis-me,
novamente,
aqui

de volta pra casa!

[elza fraga]

2 comentários:

  1. esta missão de voltar e sempre partir: asa de poema



    beijo

    ResponderExcluir
  2. Voltei, com a asa da alma cortada, sem mais partidas provisórias, inconstantes, inconscientes.
    O poema, como você percebeu, de punição me raptou a asa.
    Agora ela lhe pertence até a travessia final, na ponte das almas,
    e eu, com só uma asa, não posso partir, pés presos ao solo da poesia, pra toda vida. Minha carcereira eterna!

    ResponderExcluir

Um doce pelo seu pensamento