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domingo, 2 de abril de 2017

CANSAÇO DE TUDO, CANSAÇO DE MIM...

(Texto de 31/03/16, e ainda é o mesmo do mesmo)
Sabe quando a gente perde as asas, tenta pousar na realidade do solo, e aí descobre, estupefato, que perdeu também o chão?
E meio perdido, meio zonzo, meio estranho, cansado de planar em vão, se deixa cair no abismo por pura estafa. 
 Única e última opção.
Cai, cai, cai, cai...
 Uma queda que parece não ter fim.
E se desespera durante a despencada por entender que não parece apenas, realmente não tem fim.
 E percebe que vai cair por toda a eternidade, sem solo, sem asas pra tentar subida, sem braços estendidos pra acolher e segurar antes que desça mais fundo.
O escuro cada vez mais denso, o medo cada vez mais alto, o fundo cada vez mais fundo e a alma cada vez mais apequenada, mais suja da poeira e da lama dos barrancos por onde se passa rente, tentando segurar em alguma pedra, algum galho, alguma esperança pequena que - alguém, na queda anterior a nossa, esqueceu nas reentrâncias dos montes barrosos.
Quando o corpo morre, a alma voa livre. Atravessa o Portal Mágico.
Tudo novamente na normalidade de um espírito indo de volta pra casa!
Triste é quando nos deixam o corpo vivo, mas matam nossa esperança e nossa alma, nos transformando em comandados zumbis.
Aí é só mesmo o abismo e seus terrores, os gritos que ecoam, o sofrimento que não se mensura.
E a imensidade da nossa covardia!
[elza fraga]

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