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domingo, 8 de janeiro de 2017

FIM DE CAMINHO



Caminhei por ruas e vielas
nuvens baixas desenhavam
o céu,
no chão,
seria incapaz de dizer
se era dia, noite, madrugada,
se fazia frio, se chovia, se nevava,
se havia juízo ou razão
a acompanhar meus passos,

se havia mais alguém
vagando nas calçadas,
se havia alguma alma
ainda em mim,
se havia espaço pras loucuras que
- sabia, viriam
assim que terminasse a trilha
em ribanceira, em fundo de abismo.

E chegou enfim o fim da estrada,
o abismo dos teus braços,
o teu abraço quente envolvendo tudo
em mim...

e eu  juro por ti
que estou infeliz aqui

mas também juro
que é a dor que eu pedi,

ela me dilacera, me atormenta,
me estraçalha, me distorce em partos...

mas não parto mais
do teu regaço
por mais
que me morra cada dia

mais um pedaço.

[elza fraga]




2 comentários:

  1. Nossa! Como vc é intensa...E...Não sei se por medo ou sedução.

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  2. Nem medo, nem sedução, minha intensidade é hereditária, genética, herdada de um pai que não se cabia dentro do peito, era imenso demais pra sua matéria. Herdei, rs, e agradeço aos céus pela ânsia de voo, de liberdade, de querer sair do peito e se jogar intensa no mundo, que ele conseguiu me transmitir. Seu modo boêmio era meu modelo. Suas atitudes livres e limpas se tornaram as fontes, e ele foi, e é - meu grande herói, meu ídolo!

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Um doce pelo seu pensamento